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segunda-feira, 3 de maio de 2010

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Por Kamila Farias




Inventada pelos chineses para servir como instrumento militar, a pipa era utilizada para alertar os batalhões chineses sobre a presença de inimigos. Com o tempo, se tornou uma das brincadeiras mais tradicionais. O período de férias e o bom tempo incentivam crianças e adultos a soltar pipa. Trata-se de uma atividade saudável, porém deve ser com cuidado para não ocorrer acidentes.

Distração e utilização do cerol – mistura de vidro moído com cola, utilizado para cortar a linha de outras pipas – são os maiores causadores de acidentes. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 34 acidentes foram registrados envolvendo cerol, de 2004 a 2007.

Com toda atenção voltada para o céu, quem brinca com pipa acaba movimentando-se sem atentar para o que ocorre em volta. A distração pode acarretar acidentes, levando a queda de lugares altos, atravessar na frente dos carro e, cair em buracos. O cerol é outro perigo e pode ser letal. É um risco tanto para quem empina, quanto para as pessoas em volta, como ciclistas, pedestres e motociclistas. Ainda conforme dados do Corpo de Bombeiros, 25% dos acidentes com cerol acabam em morte.

A dona de casa, Maria Vitória Fernandes, moradora de Ceilândia e mãe de dois meninos, acha que no período de férias é mais seguro seus filhos ficarem em casa. “Eles gostam bastante de brincar na rua, porém quando têm muitas pipas não acho muito seguro, pois aqui é bem movimentado e também porque usam cerol nas linhas”, disse Maria Vitória.

Já o professor de educação física Rodrigo Ferreira soltar pipa é um modo de deixar a criança em liberdade. “É um meio de tirar a criançada da frente da televisão ou do computador. Soltando pipa elas ficam ao ar livre e têm muito mais disposição e animação”, comentou.

Ferreira alerta para a segurança. “É uma brincadeira sadia, mas os participantes devem ficar sempre atentos ao local em que soltam pipa, pois existem perigos de carros, buracos, fiações e cerol”, ressaltou. Ele indica o uso apenas de barbante, sem acréscimo da substancia cortante.



Dicas:



Nunca soltar pipa perto de antenas, postes e fios elétricos

Preferir locais abertos como parques ou campos

Nunca empinar pipas em lugares altos, como telhados ou lajes

Não soltar pipas em dias chuvosos

Jamais utilize linha metálica, nem cerol

Também não fazer pipas com papel laminado porque há risco de choque elétrico

Se a pipa enroscar em fios elétricos não tentar tirá-la

Ao correr atrás das pipas tomar cuidado com o trânsito







Menino morre na Estrutural correndo atrás de uma pipa



Polyana Nicolau



Uma criança de 10 anos morreu atropelada por volta das 13 horas de ontem na via Estrutural, em frente à cidade Estrutural. Ao ver uma pipa que caiu no canteiro central da via, Joabe Oliveira Borges teria atravessado a pista correndo sem olhar para os lados.

Segundo testemunhas, momentos antes do acidente o menino estava na companhia de outras duas crianças que optaram em não acompanhá-lo. Ele foi atingido por um veículo Fox, de cor preta e placa JFT-0701/DF, conduzido pelo operador de áudio Thiago dos Santos Álvares da Silva, 24 anos, que permaneceu no local e acionou o Corpo de Bombeiros. O caso foi registrado na 8ª Delegacia de Polícia, do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

“Eu cheguei a reduzir a velocidade do carro, mas não adiantava mais. Aconteceu tudo muito rápido. O menino apareceu do nada na frente do meu carro. Lembro que ele passou correndo na pista e olhava para uma pipa no céu. Um outro carro quase o atingiu também, mas conseguiu frear em cima. Eu liguei e pedi socorro, mas o menino já estava morto”, relatou.

De acordo com o soldado do 4ª Batalhão de Polícia Militar (BPM), Lano Oliveira Santos, que trabalha há oito anos na área da cidade Estrutural, a via é local de muitos atropelamentos, principalmente crianças.

“Os pais devem ficar em alerta com os filhos, eles precisam saber sempre aonde eles vão e com quem vão. A Estrutural é bastante perigosa, já presenciei vários atropelamentos. Aqui morrem muitas crianças”, alertou o soldado. Ele contou que a mãe da vítima, Rosângela Maria de Oliveira, ao ver o corpo do filho estendido no acostamento entrou em estado de choque e foi socorrida por uma equipe do Corpo de Bombeiros.

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